31/07/14

Reconciliação em Debate

 

Proposto pela CASA-CE: Assembleia Nacional agenda debate sobre "Reconciliação e Unidade Nacional"

Almirante Miau.jpg - 56.64 KBLuanda - Os deputados da Assembleia Nacional (AN) encerram a 13 de Agosto próximo o programa de debates mensais convocados para a 2ª Sessão da 3ª Legislatura, com uma discussão à volta do tema "Reconciliação e Unidade Nacional". O tema, aprovado durante a Conferência de Líderes das bancadas Parlamentares, orientada pelo presidente do órgão, Fernando da Piedade Dias dos Santos, foi proposto pelo Grupo Parlamentar da CASA-CE.
Este tem sido um assunto muito solicitado pela oposição, nos trabalho do Parlamento, com vista a encontrar caminhos para reflectir sobre as causas da guerra e como os angolanos podem vier em harmonia, em tempo de paz.

No entender de Raúl Danda, presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Angola tem ainda "um longo caminho a seguir", relactivamente à consolidação "da paz e reconciliação nacional".

"A paz no nosso entender não pode significar apenas o calar das armas, mas sobretudo pacificar os espíritos", expressou o parlamentar à imprensa, a respeito de um processo de estabilização do país que decorre desde 2002.

No entender do parlamentar da UNITA, é fundamental que o Estado e a sociedade não estratifiquem ou avaliem os cidadãos pelas suas opções políticas, caso se queira assegurar a verdadeira reconciliação em Angola. "A reconciliação nacional não pode ser vista com cidadãos de A e de B, mas sobretudo cidadãos de um mesmo país, onde as oportunidades são alcançadas de forma igual", expressou.

Disse esperar que o debate seja profícuo e sugeriu alterações no formato dos debates, com vista a aglutinar os vários pronunciamentos dos deputados à uma Resolução em cada debate, que vincule o Parlamento. Apelou aos auxiliares do detentor do poder Executivo, das áreas competentes, a comparecerem no debate, por forma a participarem da discussão.

Reiterou o desejo de ver os debates mensais e eventualmente os debates de urgência a serem transmitidos em directos na imprensa pública.

Na mesma senda, o presidente da do Grupo Parlamentar da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, disse que o debate vai servir para discutir as grandes questões da Pátria angolana, para encontrar amplos consensos. Segundo o parlamentar, esses consensos vão permitir ao país avançar em termos de desenvolvimento económico e desenvolvimento humano.

Informou, por outro lado, que os líderes parlamentares sugeriram a realização de um "debate de urgência sobre a situação do Banco Espírito Santo Angola". "Gostaríamos de facto de receber informação por parte do governador do Banco Nacional de Angola e do ministro das Finanças à volta dessa matéria, para sermos esclarecidos. Esta proposta ficou confrontada com outra da UNITA, que resolveu propor a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito", adiantou.

Ainda a respeito do debate sobre Reconciliação Nacional, o líder da Bancada da FNLA, Lucas Ngonda, considerou pertinente, porquanto o país saiu de "situações complicadas". "Será que todos aqueles que se bateram por vários motivos, mas com o nacionalismo no seu peito, hoje vivem em Angola satisfatoriamente?", indagou o parlamentar.

Espera que o debate não aflore apenas questões daqueles que lutaram ou deixaram de lutar nas matas, mas também sirva para analisar Angola no seu todo. "Angola não pode ser vista como quando estamos a ver um outro cidadão com etiqueta de um partido político. Estamos a ver um cidadão angolano, com direitos e deveres. Isto é que deve ser o espírito do cidadão e é uma cultura que se deve criar. O Parlamento é o lugar de excelência para criar esse tipo de cultura", expressou.

Disse esperar que o poder público tome boa nota dos argumentos, críticas e sugestões de todos os deputados intervenientes neste debate mensal. Angola vive um clima de paz efectiva desde 2002, que permitiu ao país a realização livre de dois ciclos eleitorais (2008) e (2012). Com a advento da paz, o país tem vindo a crescer e atingir níveis reconhecidos a nível internacional, que propiciam o maior desenvolvimento económico.

Fonte:Angop

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